terça-feira, 12 de junho de 2007

Busca

Com os olhos ainda fechados, tateia a cama a procura de alguém que se quer esteve ali. Tenta voltar à realidade buscando o horário no celular. Já passou da hora de desistir de ser ridiculamente feliz. Mas ainda é muito cedo para se levantar. Revira-se, arruma o edredom e, ao invés do sono, vem a vontade de chorar. Pensamentos sentimental-filosóficos invadem sua mente. Culpa-se. Foi na expectativa do momento ideal que deixou lhe escaparem todos os outros. E esperando palavras medíocres fez enfraquecer a relação que se fortalecia com grandes gestos. Mesmo assim, se pergunta “Por que todo amor tem que acabar?”. O choro engasgado e o tormento da perda lhe rendem a maldita dor de cabeça. Disfarça. Prepara-se para o “grande” dia. Ao final de uma longa viagem, ansia o término de sua penitência. No destino final, após três meses de resguardo, sai a esmo, procurando o sabor daquela boca. Contudo, depois de quatro dias de busca frenética e ensandecida, lhe cai a ficha: jamais reviverá a paixão que perdeu.

Escrito em ??/02/2007.

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