domingo, 10 de junho de 2007

Entre sentir e dizer o que se sente

A princípio, lábios que se tocam levemente, mas ao provar o néctar querem mais e disputam um o outro. As línguas intervêm na briga. As salivas, então, misturam-se e a bebida dos deuses ganha sabor de lascívia.As mãos, a princípio, passeiam, mas ao perceber a maciez e o ardor correm. A pele se arrepia. A boca espalha o gosto do desejo pelo corpo.Em um suspiro profundo a vontade de dizer "eu te amo" é contida e substituída por "eu te adoro". Como se adorar representasse menos que amar. Como se amar assustasse. Como se uma paixão arrebatadora que se prolonga por meses não pudesse ser amor.Não podendo dizer o que sente, se contenta por poder, simplesmente, sentí-lo e prossegue.

Escrito em 23/10/2006.

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