quarta-feira, 22 de agosto de 2007

Eu espero...

Esqueça aquela história. Era verdade quando eu disse. Mas, naquele dia, ainda podia soprar a rosa dos ventos ao meu prazer. Agora, confesso, não é mais assim. Eu espero horas largas cada gesto seu. Minha chama rubra fica ardendo ao mínimo contato. E meu corpo pede sempre mais.

sexta-feira, 17 de agosto de 2007

Você sabe que não é real...

Por que insiste em abrir a sopa? Por que se intoxica tentando fumar o cachimbo? Por que se deixa enganar por essa maliciosa semelhança?
Maldita máquina da repetição! Levando você sempre e incessantemente para a produção de realidades deturpadas!
A invenção de mundos te conduz a um eterno retorno ao erro.
E mais uma vez, a farsa vai acabar no confronto com a irresolução de um problema de verdade.
E mais uma vez, vai chegar a hora da despedida e não haverá nada para destruir, porque, afinal, você continua construindo castelos de ar, de vapor de sopa quente, de fumaça de cachimbo.

terça-feira, 14 de agosto de 2007

Eu sei...

... você não é o tipo por quem eu devo me apaixonar. E, para dizer a verdade,...
eu não sei se estou apaixonada.
Eu sei... se eu pudesse, não me apaixonaria por tipo algum. E também...
eu sei... quando eu te encontro, sinto um não-sei-o-quê muito bom... e...
eu sei... quero sempre te encontrar de novo...
Ainda assim...
eu não sei...

segunda-feira, 6 de agosto de 2007

Quanto?

Quanto vai levar para eu assumir que, mesmo sem querer, sai mais uma vez do círculo do tempo e entrei nessa brincadeira idiota onde se sente a passagem de uma hora longe como se fossem séculos e se vê uma noite juntos escorregar em segundos?
Quanto vai levar para eu admitir que, tentando ser livre, tornei-me de novo uma peça no tabuleiro desse jogo bobo em que a experiência básica da vida não me serve e as categorias para interpretar o mundo ficam turvas atrás de olhos melodramáticos?

quinta-feira, 2 de agosto de 2007

Um bom artista

Ele aparece com identidade desconhecida, apresenta-se, mostra-se, exibi-se, deixando a platéia hipnotizada. Nesse momento, sem aviso, desaparece sob uma nuvem de fumaça. Já não ouve, já não fala, deixando o silêncio como eco às perguntas. Em um dia qualquer, quando o público está prestes a desistir do bis, ele reaparece.