sábado, 9 de junho de 2007

Encontros

Um foi pouco. Impreciso e vago tal qual um sorriso na primavera. Mas como todo “amor à primeira vista” tem de ter traços incisivos, ao mesmo tempo foi muito. Intenso. Com aquele vigor oculto que impeli. Um romance surreal na flagrante realidade. Singular e, no entanto, contínuo na lembrança. Dois foi bom. Suave como os passos de um balé. O rodopiar da bailarina que percorre todo o salão e aos poucos vai conhecendo a textura da sua superfície. O decifrar de pequenos segredos. O revelar de pequenas características. Confidências refrescadas com sorrisos de verão. Três foi bom demais. Belo como um entardecer que avermelha o céu. Gotas de amor esparramadas pela imensidão. Declarações repetidas a miúde. Sorrisos enternecedores dourando o outono. Quatro foi viciante. Sorriso iluminado aquecendo o inverno. O despir das peculiaridades mais agasalhadas. Coincidências das vontades, dos desejos, dos gostos, dos anseios. Encaixe. E de repente, joelhos e mãos apoiados no chão esperando a próxima vez.

Escrito em 14/07/2006.

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