quarta-feira, 6 de junho de 2007

Desabafo 1

Sozinha e perdida... A carência é o meu alucinógeno: bagunça as idéias, transtorna, amplia as sensações... E até o sentimento de perda de algo que eu não quero mais ter me machuca. O ciúme é a fresta que se abre na parede que duramente construí para me separar do amor que desisti de amar. E ele se aproveita desse instante de fraqueza e invade mais uma vez a minha vida. E, em troca de um carinho, eu me entrego a ele por inteiro e permito que ele me mergulhe no mar de pétalas de rosa que deixamos esquecidas por ali, já quase secas, tão murchas quanto nosso romance que falece pouco a pouco. O nosso retorno àquele leito traz de volta a luz que faltava para fotossíntese e o vermelho vivo, tão vivo quanto o do nosso sangue que fervilha, volta ao cenário. E já menos sozinha e agora mais perdida, eu desejo que tudo desbote porque eu não quero mais amá-lo; eu não quero mais vivê-lo; eu não quero mais sofrê-lo.

Escrito em 23/10/2005.

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