domingo, 15 de julho de 2007

Eu costumava chorar

Quando eu ficava muito tempo sozinha, as lágrimas escorriam pelo canto dos olhos, contornavam a boca e pingavam pelo queixo. Muitas vezes, eu nem me dava conta. Começava lacrimejando e terminava aos prantos. Era bom. Aquela história de “alma lavada”. Não precisava de qualquer motivo sério. Não precisava sentir nenhuma dor forte. Era só respirar fundo, pensar na vida e pronto. Vista marejada. Ninguém para ver. Nenhum motivo para me segurar. Chorar, chorar, chorar e soluçar até sentir a cabeça doída e, assim, me livrar de toda doideira. Depois os olhos vermelhos. Sem ninguém para olhar. Sem ninguém de quem esconder. Somente ver o reflexo no espelho do banheiro, lavar o rosto (às vezes nem isso) e dormir aliviada.

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