quinta-feira, 19 de julho de 2007
Eu costumava endoidecer
Eu inventava a dor e o riso. Chorava até doer a cabeça. Sorria até doer a barriga. Foi tanto que eu chorei e sorri que mergulhei, por diversas vezes, no vale de lágrimas e, por outras tantas, quase morri de rir. Eu me sentia em uma montanha russa de emoções. Acreditava que viver era isso... Ter sempre os sentimentos a flor da pele e a pele em carne viva, pronta para sangrar, chorar e sorrir ao ser tocada, fosse pelo sol morno ou pela brisa leve, fosse pelo sol ardente ou pelo vendaval. Por isso, eu esperava emoções intensas e intensificava as simples. Exagerava as alegrias até alegrar as tristezas e exagerava as tristezas até cobrir com um manto entristecedor as alegrias. E no auge da doideira, de ponta-cabeça no looping, dessa vez mergulhada entre as estrelas e quase morta de medo, eu desisti de chorar e de rir. Não, eu não tranquei meu coração, eu o libertei.
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