terça-feira, 25 de março de 2008

Pedreira

(Aos meus amigos)

Fugindo da pedregosa tendência da repetição de amores dolorosos, também me petrifiquei... Por medo de levar mais uma pedrada da vida, transformei-me também em rocha dura e sólida... E não houve nada de mau nisso... Foi uma tentativa de proteção. O erro foi julgar-me pedra não valiosa. Sendo falsa comigo, fingi ser peça insensível aos jogos pouco inteligentes do amor e deixei-me ser usada. Quis ser lápide sepulcral, de natureza fria e muda. Tentei ser pedra lascada agindo grosseiramente com meus próprios sentimentos. Arranquei o corpo do resguardo, apaguei o brilho dos olhos e manchei a coloração especial dos lábios. Por fim, tentando evitar que me ferissem, acabei me auto-mutilando. Quando me dei conta, já estava pulando do penhasco batido pelo mar. Foi sorte encontrar rochas desagregadas em grãos de areia finos e brancos que me amorteceram a queda. No areal, encontrei uma porção de pedras preciosas e amoleci... Senti vontade de enfrentar os pedregulhos da caminhada pela chance de lapidar permanentemente as amizades e os amores incondicionais.

Um comentário:

Klaus Pettinger disse...

Como blog (ainda) não junta pó, escrevo com a ponta do dedo: "Atualize-me"!!! :)
Beijos!