sábado, 9 de fevereiro de 2008

Vontades

Ela sentia vontade de olhar, beijar e tê-lo de novo, mas não apenas. Sentia mais vontade de ouvir, de contar, de jogar conversa para o ar, ao som de música boa, em meio a cálices de vinho. Sentia prazer. E como prazeres são respostas condicionadas a certos estímulos, ela apreciava também o caminho, a forma e a medida dele a incitar e apreciava até o afrodisíaco jeito dele ser, sem perceber o quanto era. Assim, ela sentia mais. Mas, embora ele correspondesse a esses sentimentos estando junto, ela não o compreendia estando separados... E isso se tornou um problema. Até que - perguntando se a vontade que sentia por ele contribuía para uma vida melhor ou se a ajudava a se prender nos laços de uma vida cotidiana que, em última análise, a oprimia e a degradava - teve vontade de esquecê-lo. Por fim sentiu vontade de encontrar uma vontade nova por um novo alguém.

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